O couro é um dos artesanatos mais tradicionais da história de Florença, mas também um dos mais famosos na atualidade. Este trabalho que tem origens medievais conseguiu atravessar e resistir a séculos como um dos produtos mais importantes da economia não só fiorentina, mas toscana!
A origem da tradição do couro em Florença
O trabalho com o couro é um dos mais antigos da humanidade. Na Itália ele começou a se destacar após o ano mil nas cidades portuárias de Veneza, Genova e Pisa, importantes e potentes repúblicas independentes com forte ligação com o comércio marítimo. Este facilitava o transporte das mercadorias em todas as terras do Mar Mediterrâneo.
O fator transporte fluvial foi decisivo para o desenvolvimento das curtumeiras na Florença de 1200. O Rio Arno também era importante por fornecer água em grandes volumes. Condição necessária para o processo de tratamento do couro cru para uso humano.
Já no final de 1200 foi aberta a Arte dei Cuoiai e Galilai, uma espécie de sindicato dos trabalhadores do couro. Este trabalho se concentrava no bairro de Santa Croce. até hoje podemos ver algumas ruas que possuem um nome que lembra seu antigo uso: Via delle Conce, Via dei Conciatori. Concia em italiano significa “curtume”.
A Produção Atual de Couro na Toscana
Ao longo dos séculos, esta atividade manufatureira não só resistiu à todas as mudanças econômicas e políticas italianas, se adaptou na industrialização, se modernizou e hoje representa uma grande fatia do PIB da Toscana.
A produção de pele e couro hoje não se limita somente à Florença ou à Pisa, mas à uma área extensa entre estas duas cidades. São 20 cidades banhadas pelo Rio Arno, com uma população de cerca 100 mil pessoas das quais 10% estão envolvidas na produção do couro.
Esta área foi chamada de Distrito do Couro. Abrange cerca de 900 empresas que trabalham com todas as fases de produção do couro: do curtume à realização do artigo final. Esta grande concentração também propiciou o surgimento de indústrias químicas e de maquinários necessários à produção do couro.
Os números totais são muito representativos à nível nacional e europeu. No Distrito do Couro da Toscana são produzidos 98% do couro para sola de sapato, o correspondente a 70% da produção Europeia! 35% da pele para uso de roupas, calçados e acessórios da Itália é feita aqui.
Alta Moda em Florença
Não é a toa que, quando em 1927 Salvatore Ferragamo resolveu voltar em pátria depois da temporada nos Estados Unidos, ele tenha escolhido Florença como sua nova casa. Aqui ele encontrava matéria prima e mão de obra abundante e de qualidade!
Outras marcas italianas famosas nasceram aqui em Florença e possuem até hoje suas fábricas no território: Gucci, Emilio Pucci, Roberto Cavalli, Stefano Ricci, Patrizia Pepe, Enrico Coveri, Ermanno Scervino.
A indústria da moda italiana se encontra em primeiro lugar no território Toscano, com 23% do total, seguido da Lombardia (20%) e Veneto (15%). Em Florença acontece duas vezes ao ano um importante evento de moda chamado Pitti Immagine, que logo mais chega a centésima edição! Aqui também fica a importante universidade de moda, Polimoda, além da Accademia Italiana, IED e a Scuola del Cuoio.
Olá! Pesquisando sobre o couro e design do período Medieval, te achei! Estou escrevendo um Livro sobre Economia Circular na industria coureira brasileira. Sabe se teve influencia no Brasil? Posso utilizar o texto lhe dando os creditos?
Aguardo resposta!
Abraços
Angela Camolese
Oi, Angela! Desculpe a demora em te responder… Fico feliz que tenha gostado do texto sobre o couro em Florença! Eu fiz um vídeo sobre uma manufatura de Florença que está publicado no YouTube. Talvez tmb possa ser de ajuda para o seu livro. Procure por Viva Toscana no YouTube! Ah, e sim pode usar parte do texto com créditos, sem problemas. Um abraço e bom trabalho!
Salve, volevo solo dire che quando si usano foto che riprendono qualcuno a lavoro nel suo laboratorio (prime 3 foto del editoriale sul cuoio), sarebbe sempre opportuno e educato citare i soggetti a pie’ di foto delle attività ritratte, come avete fatto per la “Scuola del Cuoio”.
Ciro Brandi, titolare di Quoio, Firenze.
Hai ragione, Ciro! È stata una mancanza di attenzione mia nel pubblicare l’articolo. Chiedo scusa e aggiungo subito. Comunque, non è la prima volta che uso queste foto per consigliare il tuo negozio a Firenze. Ed è altrettanto opportuno ed educato ringraziare. 😉